Novos estudos sobre gênero serão debatidos no V Enecult

O V Enecult (Encontro de Estudos Multidisciplinares em Cultura – www.enecult.ufba.br), que ocorre na próxima semana em Salvador, vai contar com a participação de três importantes pesquisadores que estudam gênero e sexualidade no Brasil. Guacira Lopes Louro, Larissa Pelúcio e Luiz Paulo da Moita Lopes debaterão os novos estudos sobre gênero em uma mesa-redonda, no dia 29 de maio, às 10h, no salão da Reitoria da UFBA. “Quais são as colaborações dos chamados estudos gays e lésbicos, da travestilidade e da masculinidade, ainda pouco desenvolvidos no Brasil, para as discussões sobre gênero? Essa é uma das questões centrais propostas para a mesa-redonda”, explica o professor do IHAC, Leandro Colling, vice-coordenador do Cult (Centro de Estudos Multidisciplinares em Cultura – www.cult.ufba.br), que realiza anualmente o Enecult.

 

A professora Guacira Lopes Louro, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, é conhecida divulgadora e estudiosa da teoria queer no Brasil. Vários dos seus trabalhos tratam sobre como a escola não está preparada para discutir gênero e sexualidade, especialmente quando os professores se deparam com estudantes que não são heterossexuais. O professor Luiz Paulo da Moita Lopes, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, também trabalha com temáticas semelhantes, em especial como ocorre a construção das identidades de gênero em várias instituições, a exemplo da escola, a família e a mídia. Já a pesquisadora Larissa Pelúcio, da Universidade de Campinas, estuda as travestis. Atualmente, desenvolve sua pesquisa de pós-doutorado intitulada “Trans migrações: corpos, gêneros e prazeres na experiência de travestis brasileiras na indústria espanhola do sexo”.

 

     A mesa-redonda foi sugerida pelo grupo de pesquisa Cultura e Sexualidade (Cus), que integra o Cult. O grupo pesquisa a representação da homossexualidade nas telenovelas da Rede Globo. Os primeiros resultados  do estudo já se encontram disponíveis no site http://www.cult.ufba.br/pesq_cult_sexualidade.htm. No V Enecult, os pesquisadores do Cus também apresentarão novos resultados da pesquisa, em uma sessão de trabalhos que ocorre na sala 9 da Faculdade de Comunicação/UFBA, na quarta-feira (27), das 14h30 às 16h.

 

 

Veja o mini-currículo dos integrantes da mesa-redonda:

 

Guacira Lopes Louro/UFRGS – Doutora em Educação pela Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP, aposentada como professora titular da Universidade Federal do Rio Grande Sul – UFRGS, onde continua atuando como pesquisadora e professora do Programa de Pós-Graduação em Educação. Fundadora do GEERGE (Grupo de Estudos de Educação e Relações de Gênero (www.ufrgs.br/faced/geerge) da UFRGS, dentre os livros de sua autoria destacam-se: Gênero, sexualidade e educação: uma perspectiva pós-estruturalista; Currículo, gênero e sexualidade; Um corpo estranho: ensaios sobre sexualidade e teoria queer; e a organização de O corpo educado: pedagogias da sexualidade. Dentre demais trabalhos: O “estranhamento” queer; Teoria queer: uma política pós-identitária para a educação; Os Estudos feministas, os estudos gays e lésbicos e a teoria queer como políticas de conhecimento; Heteronormatividade e homofobia; Currículo, gênero e sexualidade — O “normal”, o “diferente” e o “excêntrico”; Sexualidades contemporâneas: politicas de identidade e de pós-identidade.

CV: http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.jsp?id=K4787265H1

 

Larissa Pelúcio/UNICAMP – Doutora em Ciências Sociais pela Universidade Federal de São Carlos – UFSCAR, pesquisadora-colaboradora do Núcleo de Estudos de Gênero Pagu (UNICAMP) e participante do grupo de pesquisa Corpo, Identidades e Subjetivações, da UFSCAR. Atuando em temas como sexualidade, saúde, corporalidade, travestis e gênero, atualmente desenvolve pesquisa de pós-doutorado intitulada “Trans migrações: corpos, gêneros e prazeres na experiência de travestis brasileiras na indústria espanhola do sexo”. Dentre as suas principais publicações, destacam-se: Nos nervos, na carne, na pele: uma etnografia sobre prostituição travesti e o modelo preventivo de AIDS (tese); Toda Quebrada na Plástica: Corporalidade e construção de gênero entre travestis paulistas; Três Casamentos e Algumas Reflexões: nota sobre conjugalidade envolvendo travestis que se prostituem; Sexualidade, gênero e masculinidade no mundo dos T-lovers; A prevenção do desvio: o dispositivo da Aids e a repatologização das sexualidades dissidentes; “Mulheres com Algo Mais” – corpos, gêneros e prazeres no mercado sexual travesti; Fora do Sujeito E Fora do Lugar: reflexões sobre performatividade a partir de uma etnografia entre travestis que se prostituem; Gozos ilegítimos Tesão, erotismo e culpa na relação sexual entre clientes e travestis que se prostituem; Travestis Brasileiras – Singularidades nacionais, desejos transnacionais; Soropositividade, Pressão e Depressão: da Vida Nervosa das Travestis Vivendo com HIV/Aids; Mover-se é Luxo – travestis brasileiras e mercado transnacional do sexo, restrições, desafios e direitos no cenário europeu contemporâneo; Politização da Aids e formação do ativismo soropositivo; Academia, gestores públicos e movimento social – diálogos necessários.

CV: http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.jsp?id=K4758592T6

 

Luiz Paulo da Moita Lopes/UFRJ – PhD em em Linguística Aplicada pela Universidade de Londres, Professor Titular do Programa Interdisciplinar de Lingüística Aplicada da Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ e pesquisador do CNPq – Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. Estuda especificamente os processos de construção das identidades sociais (gênero, sexualidade e raça), o discurso e práticas identitárias em contextos institucionais (escola, família, mídia, hospital, sindicato, comunidades de samba, de hip-hop etc.) e letramentos escolares e não-escolares (digitais, midiáticos etc.) como espaços de construção das identidades sociais. Dentre os seus livros publicados, destacam-se: Identidades: Recortes Multi e Interdisciplinares; Discursos de Identidades: Discurso como espaço de construção de gênero, sexualidade, raça, idade e profissão na escola e na família; Identidades Fragmentadas: a construção discursiva de raça, gênero e sexualidade em sala de aula. Dentre demais trabalhos, estão: Discursos sobre gays em uma sala de aula do Rio de Janeiro: é possível queer os contextos de letramento escolar?; Discurso como ação social: construindo a identidade de orientação sexual na escola; Momentos queer no contexto educacional: desafios na construção de performances alternativas para os corpos; Desestabilizações discursivas queer no letramento escolar: desafiando performances corporais naturalizadas; Como ser homem, heterossexual e branco na escola: posicionamentos múltiplos em narrativas orais; Gêneros e sexualidades nas práticas discursivas contemporâneas: desafios em tempos queer; A teoria queer em Lingüística Aplicada: enigmas sobre ‘sair do armário’ em salas de aula globalizadas.

CV: http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.jsp?id=K4783230P6